Caminhar com o hálito a maresia da ilha de Tavira
Tavira, Ilha de Tavira
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27.07.10
Rua 4 de Outubro (Hotel Vila Tavira) - Tavira
Tel.: 281 329 900 Restaurante Beira Rio
Rua Borda D''Água da Asseca, 46 - Tavira
Tel.: 281 323 165 Restaurante Bica
Rua Almirante Cândido Reis, 24 - Tavira
Tel.: 281 323 843 Restaurante Arraial
Quatro Águas - Tavira
Tel.: 281 380 800 Restaurante Riamar (Casa das Cataplanas)
Rua Dr. José Pires Padinha, 162 - Tavira
Tel.: 281 326 278 Restaurante O Galeão
Rua José Pires Padinha, 126 - Tavira
Tel.: 281 323 055 Restaurante Regional João Belhi
Rua José Pires Padinha, 94 - Tavira
Tel.: 966 373 199 Onde dormir Pousada do Convento da Graça (Pousada Histórica)
Rua D. Paio Peres Correia - Tavira
Tel.: 281 329 040 Hotel Porta Nova
Rua António Pinheiro - Tavira
Tel.: 281 329 700 Hotel Vila Galé Albacora
Quatro-Águas - Tavira
Tel.: 281 380 800 Hotel Vila Galé Tavira
Rua 4 de Outubro - Tavira
Tel.: 281 329 900 Pensão Residencial Castelo
Rua da Liberdade, 22 - Tavira
Tel.: 281 320 790 Pensão Residencial Lagoas
Rua Almirante Cândido dos Reis, 24 - Tavira
Tel.: 281 322 252 Residencial Marés
Rua José Pires Padinha, 134 - Tavira
Tel.: 281 325 815 Parque de Campismo da Ilha de Tavira
Ilha de Tavira
Tel.: 281 321 709 Informações Posto de Turismo de Tavira
Tel.: 281 322 511 Parque Natural da Ria Formosa
Olhão
Tel.: 289 700 210 Jorge Nunes (Fugas/Julho 2010)
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A insólita viagem no pequeno comboio turístico, que atravessa aos tremeliques o sapal da Ria Formosa, faz as delícias de miúdos e graúdos. No entanto, a ilha de Tavira esconde outros segredos que vale a pena descobrir, garante Jorge Nunes (texto e fotos).
A praia do Barril, uma das mais emblemáticas do concelho de Tavira, permite escapar às enchentes que caracterizam outras praias da região. Contudo, este não é um convite para ir simplesmente à praia. O desafio é mais audacioso. Palmilhar com vagar e descobrir os segredos de uma das mais extensas e belas ilhas da ria Formosa: a ilha de Tavira.
Não é por acaso que a ria foi baptizada de Formosa. Trata-se de um lugar aprazível onde um caprichoso cordão de ilhas arenosas serve de fronteira entre a extensa toalha azul do oceano e o rendilhado formado pelos canais, salinas, ilhotas e sapais. Este admirável sistema lagunar, que se estende ao longo de quase 60 quilómetros da costa algarvia, serve de abrigo a espécies animais e vegetais curiosas, que vivem ao ritmo da subida e descida das marés. Mesmo durante a agitação da época balnear, quando os areais se enchem de veraneantes, muitos dos animais que habitam nestas paragens prosseguem as suas actividades diárias, quase indiferentes à presença humana. No entanto, os mais espantadiços tentam manter-se afastados dos olhares indiscretos e, muitos deles, evitam cruzar-se connosco, optando por se tornar activos apenas ao amanhecer e ao entardecer, quando as zonas balneares estão mais sossegadas. Quanto às plantas - geralmente, espécies muito singulares e delicadas -, não têm fuga possível. Quer chova, quer faça sol permanecem imóveis à espera de quem as admire. Seja qual for a hora do dia em que partamos à aventura, há meia dúzia de coisas que convém colocar na mochila: um chapéu, uma garrafa de água, um bom protector solar, um bloco de notas e lápis, uns binóculos e uma máquina fotográfica para fazer o registo da vegetação e da bicharada. Se o telemóvel tiver câmara fotográfica, até poderá dispensar-se o equipamento fotográfico. Os mais adestrados na arte do desenho poderão mesmo dar-se ao luxo de dispensar todas as modernices electrónicas e contentar-se com simples folhas de papel roubadas ao bloco de notas. Afinal, não é preciso muito para imortalizar as interessantes observações e as inesquecíveis vivências de naturalista amador. Convém não esquecer que isto não é uma visita a um jardim zoológico. As plantas e os animais que poderão descobrir-se vão depender da estação do ano, da hora do dia, das condições atmosféricas, da habilidade e paciência do explorador, bem como dos seus conhecimentos biológicos (que poderão ser ampliados com o auxílio de guias de campo ou com aconselhamento prévio junto do Parque Natural da Ria Formosa). Mesmo quando os adultos se mostram mais reticentes em deixar o conforto da toalha de praia, rapidamente serão contagiados pelo entusiasmo e deslumbramento das crianças, que rejubilam com cada nova planta ou bicho avistado, fotografado ou desenhado. Ao fim de algumas horas - a caminhada sugerida é coisa para demorar uma manhã ou uma tarde, conforme o entusiasmo e a resistência dos aventureiros -, já será possível começar a compor um sublime "diário do passeio". Este será certamente um curioso álbum de imagens com hálito a maresia, que poderá sempre ampliar com as vivências de outros passeios inesquecíveis pela costa portuguesa. Conquistar a ilha Num território sem estradas nem caminhos dispensam-se os mapas e o GPS. Aqui não há que enganar. A conquista da ilha de Tavira faz-se pelo seu único acesso terrestre - a partir do aldeamento turístico de Pedras d'' El-Rei -, através do passadiço que atravessa o canal de Tavira e se dirige à praia do Barril. O pequeno comboio preto e vermelho, que parece ter sido roubado a uma das histórias do Noddy ou a qualquer outro desenho animado do agrado da miudagem, arrebata de imediato o interesse da pequenada. Os adultos também não costumam ficar indiferentes e não quererão certamente perder a oportunidade de se gabar que foram à praia de comboio. Assim, por apenas dois euros por pessoa (ida e volta), ninguém quererá ficar apeado, especialmente se estiver muito calor, como é costume nas terras algarvias por alturas do estio. O antigo comboio do peixe - que outrora servia para transportar atum desde o Arraial do Barril - não oferece propriamente uma viagem a todo o vapor. O que não é necessariamente uma má notícia para quem não tiver pressa de chegar à beira-mar e pretender saborear cada metro desta curta viagem, que mais parece um passeio no carrossel de feira. A lentidão da locomotiva é sempre um estímulo para os muitos veraneantes que exibem a sua destreza física e preferem caminhar ao longo da ferrovia turística até à Praia do Barril - a pé, esperam-nos cerca de vinte minutos de caminhada, de comboio o trajecto de mil metros faz-se em pouco mais de oito minutos. Os primeiros quinhentos metros oferecem uma experiência única, dado que decorrem sobranceiros ao sapal que, apesar de não ostentar a beleza colorida dos postais turísticos algarvios, constitui um ecossistema fervilhante de vida, onde ocorre uma vegetação muito peculiar, constituída por plantas com adaptações específicas à alternância diária das marés (ficam submersas durante a maré alta e a descoberto no decurso da maré baixa). Os inúmeros canais e regueiras que se formam sobretudo durante a baixa-mar servem de comedouro para numerosas aves aquáticas - garças, pernas-longas, andorinhas-do-mar-anãs, borrelhos-de-coleira-interrompida, borrelhos-grandes-de-coleira, pilritos-comuns, maçaricos-das-rochas, entre muitas outras -, que se passeiam quase ao alcance da mão e que podem ser facilmente caçadas por um par de olhos vigilantes ou por uma qualquer máquina fotográfica. Mas os lamaçais abrigam muitos outros animais estranhos, como o caranguejo-bocas-de-cavar-terra, também conhecido por caranguejo-violinista (assim chamado porque os machos possuem uma enorme pinça que faz lembrar um violino). À medida que o trem avança aos solavancos, os terrenos pantanosos dão lugar aos areais e a vegetação do sapal vai sendo substituída pelas plantas dunares, também elas munidas de adaptações específicas para resistir aos ventos fortes e salgados, à instabilidade e pobreza dos solos arenosos e à falta de água. Este coberto vegetal é um dos segredos para a existência das ilhas-barreira, como a ilha de Tavira, visto que assegura a formação e manutenção dos sistemas dunares essenciais à protecção do litoral. Assim, respeite os percursos pedestres assinalados e evite pisar as dunas e o seu tesouro mais valioso: as plantas das areias. Explorar a ilha Ao chegar à Praia do Barril o viajante torna-se dono e senhor de toda a ilha e do seu extenso areal, podendo caminhá-lo em qualquer direcção, evitando, naturalmente, pisotear as dunas e a frágil vegetação dunar - convém não esquecer que este local faz parte do Parque Natural da Ria Formosa, pelo que se exigem aos visitantes comportamentos e atitudes que não ponham em risco a conservação da natureza. O antigo Arraial, que serviu durante décadas para albergar os pescadores e as armações utilizadas na pesca, e o "cemitério das âncoras", que constitui o cartão de visita desta praia, recordam nesta ilha deserta a faina do atum, que trouxe riqueza e prosperidade às gentes algarvias e notoriedade à vila de Tavira, outrora um dos grandes centros da pesca de atum. Os edifícios tradicionais da antiga colónia de pescadores foram reconvertidos em bares, lojas, restaurante e equipamentos de apoio aos veraneantes que acorrem a esta recatada praia. O cemitério de âncoras é um dos grandes atractivos fotográficos deste passeio pedestre, visto que é caso único em território português. Vale a pena dispensar algum tempo a explorar todas as possibilidades fotográficas do local, de modo a conseguir imagens mais criativas e sedutoras. Afinal, estamos perante um monumento único que exorta memórias do passado. Uma vez que para o extremo Oeste da ilha, na direcção da praia do Homem Nu, existe uma zona oficial naturista, sugere-se o sentido oposto, onde não existe nudismo, mas exibe-se igualmente a natureza no seu estado mais puro. Caminhando sobre o tapete de conchas e búzios que cobre o areal, seguindo as pegadas deixadas pelos pilritos na areia húmida, contempla-se o mar de dunas que apenas se encolhe na zona da Terra Estreita para voltar a alargar-se até à zona da praia das Cascas, onde o fim da ilha marca o final deste percurso - que, se for realizado conforme descrito (trajecto linear), estende-se por cerca de sete quilómetros e demorará aproximadamente três a quatro horas. Enquanto mata o tempo - à espera do barco que o levará até ao Cais das Quatro Águas, em Tavira -, e se passeia pelo Parque de Merendas pegado ao Parque de Campismo da ilha de Tavira, mantenha-se atento, pois poderá ter a sorte de descobrir algum camaleão - animal que habita exclusivamente no Algarve, nomeadamente na ilha de Tavira. Trata-se de um réptil com aspecto de monstro pré-histórico, misterioso e repleto de curiosidades. Raramente atinge mais de trinta centímetros de comprimento, apresenta o corpo revestido por escamas granulares e da cabeça sobressaem cristas ósseas que lhe conferem um aspecto invulgar e o tornam inconfundível. É um bicho de hábitos diurnos, arborícola, que se passeia, de forma lenta e hesitante, pelos ramos das árvores, agarrando-se firmemente com os seus dedos unidos, que formam uma espécie de tenaz, e auxiliando-se com a sua cauda preênsil. Os olhos, situados em elevações cónicas inseridas nas órbitas, permitem movimentos independentes e uma visão estereoscópica, que se revela de grande utilidade na localização das presas. Mas o mais fascinante deste estranho animal é a sua assombrosa capacidade para mudar de cor e confundir-se com o seu meio. Se conseguir achá-lo, completamente camuflado na vegetação com a qual se confunde, então poderá acrescentar mais um troféu fotográfico às recordações deste inesquecível passeio. Espreitar os arredores Em Tavira, impõe-se uma visita ao centro histórico, onde algumas ruas ainda apresentam vestígios do tempo, na era de Quinhentos, em que esta foi a cidade mais populosa do Algarve e constituiu um porto de grande importância estratégica na conquista de várias praças do Norte de África. Merecem visita as muralhas do castelo e a Igreja de Santa Maria do Castelo, ambos classificados como monumentos nacionais; a Igreja da Misericórdia, considerada o melhor edifício renascentista (século XVI) do Algarve; o Forte do Rato, construído no século XVI junto à foz do rio Gilão; a ponte antiga sobre o Rro Gilão, que tem a curiosidade de marcar a fronteira entre um rio que muda repentinamente de nome: para montante, chama-se rio Séqua e para jusante denomina-se Gilão. A cerca de sete quilómetros de Tavira, na freguesia de Santo Estevão, encontra-se um excelente exemplo da paisagem do Barrocal Algarvio e pode realizar-se um interessante percurso pedestre denominado trilho do Pego do Inferno, que permite a descoberta da paradisíaca Ribeira da Asseca e das quedas de água do Pego do Inferno. A aproximadamente 10 quilómetros de Tavira, nos limites do concelho de Vila Real de Santo António, localiza-se Cacela Velha, uma antiga villa romana associada à pesca e à salga do peixe, que oferece um magnífico miradouro sobre o mar e os vastos areais da Ria Formosa. Como ir Viajar em direcção ao Algarve. Na EN 125, entre Tavira e Luz de Tavira, virar à esquerda e seguir a indicação para Pedras d'' El-Rei. Onde comer A gastronomia do concelho de Tavira é uma verdadeira tentação para os sentidos. A ria Formosa providencia as amêijoas, os berbigões, as ostras e os lingueirões. O mar fornece o peixe fresco utilizado na confecção de cataplanas e caldeiradas. Da serra vêm os licores, a aguardente, os enchidos, a caça e os frutos secos utilizados na confecção de doces. Destacam-se pratos como a feijoada de lingueirão, o arroz de tamboril, a cataplana de marisco, a açorda de bacalhau com grão, o pernil no forno com castanhas e ainda a perdiz estufada. Nos doces, o destaque vai para o morgado, os Dom-Rodrigo, o folhado de Tavira, os queijinhos de amêndoa, os pastéis de Londres e ainda para os frutos de maçapão - massa doce, constituída por amêndoa moída, ovos e açúcar, que serve de base para alguns doces tradicionais algarvios. Restaurante AladinoRua 4 de Outubro (Hotel Vila Tavira) - Tavira
Tel.: 281 329 900 Restaurante Beira Rio
Rua Borda D''Água da Asseca, 46 - Tavira
Tel.: 281 323 165 Restaurante Bica
Rua Almirante Cândido Reis, 24 - Tavira
Tel.: 281 323 843 Restaurante Arraial
Quatro Águas - Tavira
Tel.: 281 380 800 Restaurante Riamar (Casa das Cataplanas)
Rua Dr. José Pires Padinha, 162 - Tavira
Tel.: 281 326 278 Restaurante O Galeão
Rua José Pires Padinha, 126 - Tavira
Tel.: 281 323 055 Restaurante Regional João Belhi
Rua José Pires Padinha, 94 - Tavira
Tel.: 966 373 199 Onde dormir Pousada do Convento da Graça (Pousada Histórica)
Rua D. Paio Peres Correia - Tavira
Tel.: 281 329 040 Hotel Porta Nova
Rua António Pinheiro - Tavira
Tel.: 281 329 700 Hotel Vila Galé Albacora
Quatro-Águas - Tavira
Tel.: 281 380 800 Hotel Vila Galé Tavira
Rua 4 de Outubro - Tavira
Tel.: 281 329 900 Pensão Residencial Castelo
Rua da Liberdade, 22 - Tavira
Tel.: 281 320 790 Pensão Residencial Lagoas
Rua Almirante Cândido dos Reis, 24 - Tavira
Tel.: 281 322 252 Residencial Marés
Rua José Pires Padinha, 134 - Tavira
Tel.: 281 325 815 Parque de Campismo da Ilha de Tavira
Ilha de Tavira
Tel.: 281 321 709 Informações Posto de Turismo de Tavira
Tel.: 281 322 511 Parque Natural da Ria Formosa
Olhão
Tel.: 289 700 210 Jorge Nunes (Fugas/Julho 2010)