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Por Sílvia Pereira

Em ano de celebração do 40.º aniversário do 25 de Abril, as Rotas & Rituais afirmam que “A liberdade não é um acessório”. É este o tema da oitava edição do festival, que contempla três noites de concertos, um ciclo de cinema documental, uma exposição e quatro conferências.


Musicalmente falando, o programa arranca, dia 14, com "Mudam-se os Tempos", uma recolha de João Carlos Callixto, que pretende "desempoeirar os ouvidos do Portugal de hoje" com canções de intervenção de antes e depois da revolução. Dia 20, um espectáculo toma a liberdade de quebrar preconceitos ligados à idade. Um coro de 30 elementos, com um intervalo etário de 55 a 83 anos, forma o Projecto Com Voz, que canta temas de Zeca Afonso e de outros autores portugueses, sob a direcção de Pedro d'Orey. No dia seguinte, sobem ao palco a lírica imprevisível e as metamorfoses musicais de B Fachada e o fado exótico de Lula Pena. A 22, os Mão Morta mostram a sua forma própria de intervir através da música, com o álbum "Pelo Meu Relógio São Horas de Matar", o tal que foi apresentado com um vídeo (no mínimo polémico) em que Adolfo Luxúria Canibal aparecia de revólver em punho a fazer justiça sangrenta, qual cidadão indignado com hipócritas manobras políticas e financeiras. 

Outra forma de pensar a liberdade como bem essencial é através do cinema. Com a projecção de 16 documentários recentes, rodados em vários pontos do globo, o Rotas & Rituais retrata casos de lutas, denúncias, revoluções, crises, guerras de bastidores, censuras e casos de violação dos direitos humanos. 

O tema encontra tradução também na exposição, patente ao longo de todo o festival, da autoria de ±maismenos±, projecto do "designer" e artista Miguel Januário, cujo trabalho se tem debruçado sobre questões democráticas e problematizado a utopia inerente à Revolução dos Cravos. É o caso da obra em que sugere uma letra alternativa para "Grândola, vila morena". 

O desafio lançado ao público passa ainda por quatro conferências: "Europa, os velhos e os novos muros" (dia 15), "Quem anda a fazer batota na democracia?" (16), "Internet, plataforma de comunicação ou controlo social?" (22) e "Livres ou parcialmente livres, a situação dos órgãos de comunicação social" (23).

O programa completo do Rotas & Rituais está disponível aqui.